“Quem consome Fake News? Uma análise comparativa do efeito da ideologia política Esquerda-Direita na crença, interpretação e divulgação” foi o tema da tese de Doutoramento em Ciências da Comunicação que esteve em discussão em provas públicas, realizadas na tarde de ontem, 3 de Maio – Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – na Universidade da Beira Interior (UBI). Trata-se de um trabalho da autoria de João Pedro Baptista, sob orientação de Anabela Gradim, ambos investigadores do MediaTrust.Lab.
A partir do trabalho desenvolvido, que contou com um inquérito ao qual responderam 712 pessoas, João Pedro Baptista apresenta cinco grandes conclusões:
- Os participantes conseguiram, no geral, identificar as “fake news”, mas não se pode concluir que são pouco vulneráveis à desinformação;
- O conhecimento político pode ser uma arma contra a desinformação, bem como a aposta na literacia digital, nomeadamente na audiência com mais idade;
- O preconceito político actua de forma mais evidente, como raciocínio motivado, nos partidários de direita;
- Os resultados sugerem a existência de uma assimetria ideológica quanto ao julgamento e divulgação de “fake news”. As pessoas ideologicamente mais à direita (vs pessoas de esquerda) demonstraram ser mais suscetíveis à desinformação;
- O pensamento deliberado, mais reflexivo ou calculista durante o processamento da informação pode ser crucial para reduzir a crença e a divulgação de “fake news” políticas.
O júri que discutiu a referida tese foi constituído por Paulo Serra (UBI), que presidiu, Luís António Santos (Univ. Minho), Marlene Loureiro (Univ. Trás-os-Montes e Alto Douro), Carlos Jalali (Univ. Aveiro), João Carlos Correia, João Canavilhas e Anabela Gradim (todos da UBI).